quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Deserto vs Compartimentos

Tento definir-me, escrever-me, dizer-me o que sou, como sou e aonde estou. Uma vez perguntaram-me como és? E eu não soube responder, não surgiu uma resposta imediata, nem pontos soltos de mim em que pudesse dizer sim sou isto ou aquilo, não, um deserto encontrei. Andei sem respostas e cada passo, mais doía, mais custava, mais me fazia pensar que se calhar era isso mesmo, um deserto, sem nada, um vazio sem igual, uma paisagem monótona, um indefinido que procura nas areias secas algo de diferente para se refrescar e poder dizer que sim sou existencial. Mas foi aí que pus a hipotese de talvez não ser um deserto de todo, mas um ser complexo, com vários compartimentos por descobrir e em que todos os dias um desses compartimentos que ganha vida e se sobrepõe ao outro, e talvez cada dia, cada semana, cada mês, exista um pouco um novo eu. Em que cada parte de mim se revela com mais intensidade e me faz viver e agir de forma diferente, pensar e esmiuçar tudo de forma estranha. Chego a este momento de transição de "compartimentos" e pergunto-me será que não encontrei finalmente uma parte de mim com a qual seja feliz? ou andarei sempre em busca da que melhor se enquadrar? Espero que em breve isso chegue, espero que em breve saiba, espero que em breve não seja nem um deserto nem um monte de compartimentos, mas sim um eu completo e feliz.

Igual

Chego sempre a este momento, depois de viver, sentir, rir, olhar para tudo e ver que tudo é perfeito, colorido, que tudo brilha de outra forma, que tudo entra e tem um sabor especial, que me cativa e me faz olhar para tudo e esperar algo melhor, um futuro melhor, aprender mais, falar e conhecer algo mais e melhor, mostrar talvez o meu melhor lado. Chega sempre ESTA FASE! Esta que quero que acabe, onde sinto falta de algo, sinto-me vazio e pesado. Sinto que já não consigo ser como antes e cada vez me retraio mais e me afasto de tudo o que me faz bem, sinto as coisas 3 vezes mais e entro numa espiral negativa. Será assim sempre? Será que uma boa fase não se pode prolongar um pouco mais?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Contas

Acredito numa soma de diferentes acções que poderam levar a um resultado mais ou menos esperado, mais ou menos melhor. Acredito nisso e sinto que se multiplicar as coisas boas por mil e dividir as más pelo mesmo, vou encontrar a felicidade. Acredito nisso mas só por momentos, em sonhos, numa realidade imaginada, num mundo irreal. Gostava de trazer essa fórmula para a minha vida real para o meu quotidiano, em que tudo fosse tão simples como uma conta de matemática em que tudo fosse facil como elevar uma qualidade a infinito, e fazer com que a minha vida fosse uma exponencial e crescesse a felicidade tão rápido conforme ia aumentando o seu expoente. Gostava que assim fosse, gostava que assim atingisse o que procuro e que eliminasse o que no final me atormenta e resolvesse o enunciado, o meu problema.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Ciclo

Usar? não o fizeste comigo, se calhar deixei as coisas chegarem a um ponto que já deveria saber que me ia fazer mal, que me ia levar abaixo e me ia fazer procurar coisas para me preencher. Não, não e não. Não quero voltar a passar por aquilo que passei, entrar na escuridão e não ver um ponto de luz ao fundo, olhar para tudo e ao mesmo tempo nao ver nada, rir e ao mesmo tempo eu pensar o quão feliz era ao teu lado. Talvez nunca soube que o era realmente, mas sim, foste tu, foste tu que me fizeste feliz, que me fizeste querer mais e sentir coisas que nunca senti. E tenho pena que só me tenha apercebido quando te perdi. Foi culpa minha, assim como é sempre, não quero, ignoro, desprezo, mas sempre estiveste lá e sempre lutas-te por uma coisa que nunca valorizei o "nós". E depois sabendo do mal que estava a fazer a mim mesmo, continuei, continuei e continuei. E sim fui ao fundo e sim não vi saída, fiz merda eu sei, mas sobrevivi e finalmente a luz chegou, como que um milagre e uma nova força entrou sobre mim, fez-me acreditar e ser feliz. Feliz comigo mesmo e sem mais ninguem, assim quero ser, já me despeguei deste passado. Mas será que estás assim tão presente no Agora?

sábado, 21 de janeiro de 2012

Não

Não não sei, não sei o que vai acontecer o que está a acontecer e muito menos o que acontecerá. Se calhar vivo a tentar evitar o que não quero que aconteça. Não luto, não correspondo, limito-me a ir, a ser algo que por vezes não sou ou algo que os outros querem que seja. Por vezes gostava de responder a uma simples pergunta "o que queres?" e poder responder sem exitação. Mas a indecisão está sempre presente, não me deixa avançar, alcançar algo que queira, consome-me assim como esta busca pelo que acontecerá e pelo que no fundo quero.